O período chamado Pós-Guerra, entre 1945 e 1955, ou seja, após a Segunda Guerra Mundial, especialmente a partir de 1966, foi palco de uma série de mudanças radicais na nossa cultura:
É uma época de grandes mudanças político-econômicas e transformações culturais.
Como diz Gomes (2013), citando Eric Hobsbawn (1995, pág. 261),
verifica-se uma “revolução tecnológica” em que o modo de vida estadunidense é consolidado pela utilização de produtos eletrônicos e sintéticos, como eletrodomésticos, produtos de higiene e limpeza. Esse fetiche tecnológico pelo elétrico, pelo artificial e pelo automático ganha espaço na publicidade e nos veículos de comunicação em massa, assim como os produtos da “indústria cultural”, conforme definem Adorno e Horkheimer (2002, p. 66).
O rock surge então como um produto cultural derivado da eletrônica, em que a guitarra adquire protagonismo devido ao processo de amplificação sonora que proporciona inicialmente um alto volume ao instrumento (GRACYK, 1996, p. 110). Entendemos então que o rock se consolida como um gênero musical, que ressalta a exaltação da ciência e da tecnologia, não apenas pela temática em suas letras, mas pela sua própria manifestação de sua musicalidade, seja nas suas condições de produção ou na sua forma de tocar.
E a guitarra elétrica é, assim, característica deste novo gênero musical...
bem como o sintetizador, inventado em 1960 pelo russo Kazu Theremin, mas desenvolvido por por Robert Moog e Herbert Deutsch (amigos de infancia de Theremin) e aproveitado por bandas de rock tais como The Doors, The Monkees, The Rolling Stones, The Byrds, Bread, The Beatles, dentre outros.
Enquanto isso, com a crise da arte elitista no século XX, as artes visuais procuram a estética das massas, uma 'arte popular' enveredando na Pop Art, que usa a massificação para criticar o consumismo capitalista. A colagem Just what is it that makes today's homes so different, so appealing? (O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão Diferentes, Tão Atraentes?) de Richard Hamilton (1956) é considerada a primeira desta tendência.
A pop art caracterizava-se por utilizar
Por falar em hiper-realidade, vale lembrar, aqui, o Palace of Living Arts, discutido na aula Realidade e Ciência e criticado por Umberto Eco:
Warhol, que além de artista gráfico e pintor, também foi cineasta e filósofo da Arte pop, caracterizava-a, e a sua época, por artificialidade, transitoriedade e efemeridade. Dele é a famosa frase:
In the future everyone will be world-famous for 15 minutes. (No futuro todos serão famosos durante quinze minutos.) (Catálogo de uma exposição de sua arte em Estocolomo, Suécia em 1968)
Essa frase profética é a origem dos 15 minutos de fama, da busca a todo custo da celebridade, embora efêmera, que caracteriza nossa época dos BBB's, Facebook, YouTube, etc.
Na sequência da pop art, a arte conceptual pretendia desconstruir a arte, afirmando que conceitos ou idéias têm precedência sobre a estética ou os materiais e prentendendo ser a
arte que questiona o que é entendido como Arte
(Joseph Kosuth)
Rauschenberg obteve um desenho do artista norte-americano Willem de Kooning, e apagou-o.
Convidado a participar de uma exposição, com retratos de Iris Clert, dona da Galeria, Rauschenberg enviou um telegrama à Galeria, contendo as palavras "This is a portrait of Iris Clert if I say so/ Robert Rauschenberg" (Isto é um retrato de Iris Clert, se eu digo que é).
De certa forma, Rauschenberg está dizendo que Arte é o que artista diz que é arte, de forma parecida com a ideia de que Científico é aquilo que os cientistas dizem que é científico, conforme vimos na aula sobre os Pós-positivistas.
Posteriormente, passou-se ao Massurrealismo, resultante da convergência do surrealismo e mass media, incluindo a influência da pop art.
Este falso petrólito (arte rupreste) foi afixado na Galeria 49 do venerável British Museum, em Londres, sem o conhecimento ou autorização dos responsáveis, acompanhado de um texto explicativo muito semelhante ao resto do acervo. Ele teria lá permanecido por vários dias até ter sido "denunciado" por Banksy, considerado um "terrorista da arte", em seu site. Hoje essa 'obra' faz parte do acervo do British Museum.
Em 5 de outubro de 2018 uma pintura reproduzindo seu mural Girl with Balloon, que mostra uma menina com um balão vermelho em forma de coração, foi leiloada na Sotheby's, em Londres. A obra foi arrematada pelo valor de £1 milhão (cerca de R$5 milhões). Assim que o quadro foi arrematado, uma sirene tocou e a obra coneçou a deslizar para baixo, para fora de sua moldura, se autodestruindo, ao ser cortada em tiras por um triturador de papeis embutido na moldura.
Depois Banksy postou em seu Instagram um vídeo que mostrava como havia instalado um equipamento dentro da moldura, para destruir a obra caso esta fosse a leilão.
O artista também postou outro vídeo do momento em que a obra se destruía ante a perplexidade dos presentes, com a frase "The urge to destroy is also a creative urge" ("O desejo de destruir também é um impulso criativo"), atribuída a Picasso.
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